Citopatologia
Citopatologia é o ramo da ciência que estuda as alterações celulares decorrentes de doenças neoplásicas e não neoplásicas. Seu principal objetivo é identificar lesões sugestivas de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos e encaminhar o paciente para investigação e tratamento, além de auxiliar na identificação de sítios metastáticos e no monitoramento de recidiva local de tumores.
O diagnóstico citopatológico tem sido amplamente empregado na medicina veterinária como ferramenta diagnóstica. Suas vantagens incluem maior detalhe morfológico, excelente relação custo-eficácia, pouco invasivo, menor ocorrência de efeitos adversos e resultados rápidos.
Os principais métodos de coleta utilizados para avaliação citopatológica são: imprint, aplicado a superfícies crostosas e ulceradas ou fragmentos de biopsia; scraping, aplicado a pequenos fragmentos de biopsia e lesões ulceradas in situ; swab, aplicado a lesões fistuladas, conduto auditivo, cavidade nasal, exsudatos e citologia vaginal; punção por agulha fina, aplicada a nódulos ou tumorações cutâneas e subcutâneas; e punção aspirativa por agulha fina, aplicada a nódulos ou tumorações cutâneas e subcutâneas que apresentam estroma denso.
Também é possível realizar o exame citológico de amostras provenientes de linfonodos, medula óssea, efusões (torácica, abdominal e pericárdica), fluido sinovial, fluido cérebro espinhal, urina e lavados (traqueal, broncoalveolar, nasal e prostático).
As amostras coletadas devem ser submetidas à fixação em álcool metílico (metanol; secas ao ar) ou álcool etílico 95% (úmidas; não secas ao ar) e coradas pelo método Romanowsky (Giemsa, Wright, Panótico Rápido, dentre outros) ou Papanicolaou. É importante ressaltar que a coleta e qualidade das preparações podem influenciar diretamente na interpretação final, portanto prudência e bom senso devem ser utilizados durante a avaliação citopatológica.
Referências
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Grandi, F., Honse, C. Cytopathology in Veterinary Dermatology: Improving Sample Diagnostic Yield. Source Journal of Veterinary Science. 2014; 1(1):1-3.
Moore, P. F. A Review of Histiocytic Diseases of Dogs and Cats. Vet Pathol. 2014; 51(1): 167-184.
Sharkey, L. C. et al. All Lesions Great and Small, Part 1: Diagnostic Cytology in Veterinary Medicine. Diagnostic Cytopathology. 2014; 42(6):535-543.
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Wellman, M. L. Proceedings of the 20th Waltham/Osu Symposium. 11-20.
Histopatologia
Histopatologia é a ciência que estuda as alterações patológicas teciduais.
O exame histopatológico consiste na análise microscópica de tecidos com a finalidade de informar a gravidade, extensão e evolução do processo existente, seja ele neoplásico ou não neoplásico. É frequentemente considerado um diagnóstico definitivo. Em alguns casos, as colorações imunohistoquímicas podem ajudar a caracterizar lesões pouco diferenciadas.
O material utilizado para avaliação histopatológica pode ser obtido através da retirada total (excisional) ou parcial (incisional) da lesão, avaliando-se, então, toda a sua composição e arquitetura.
As amostras obtidas devem ser acondicionadas em solução fixadora (formaldeído 10%) na proporção de uma parte da solução para nove partes de água. Atualmente uma vasta gama de corantes histopatológicos está disponível no mercado para serem utilizados de acordo com a suspeita clínica. Hematoxilina-eosina é o corante mais empregado rotineiramente.
Imunohistoquímica
Imunohistoquímica, assim como a imunocitoquímica, são metodologias que utilizam anticorpos para localizar e identificar estruturas teciduais que funcionam como antígenos in situ. A técnica é baseada em um conjunto de reações específicas fundamentada na interação antígeno-anticorpo, que ao final do processo, conferem cor ou eletrodensidade à estrutura em estudo. Ela permite a conjugação de um marcador a um anticorpo, proteína ou composto sem causar dano à ligação estabelecida entre o anticorpo e o antígeno, possibilitando a visualização microscópica, seja ele um componente celular normal ou patogênico.
Na medicina veterinária, a técnica de imunohistoquímica tem sido empregada com sucesso como ferramenta diagnóstica nos casos de neoplasias indiferenciadas e processos infecciosos (detecção de formas amastigotas de leishmaniose).
No caso de processos neoplásicos indiferenciados ou cujo sítio neoplásico primário não é conhecido, o exame imunohistoquímico pode auxiliar na diferenciação dos tecidos informando sua origem: epitelial (carcinoma) ou mesenquimal (sarcoma). Uma vez estabelecido o diagnóstico, é possível utilizar diversos anticorpos para identificar linhagens epiteliais e mesenquimais mais específicas.
O material utilizado para avaliação imunohistoquímica é o bloco de parafina contendo o fragmento do tecido neoplásico indiferenciado ou agente infeccioso.
Referências
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